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terça-feira, 3 de maio de 2016

Estresse precoce, depressão e ocitocina


Estresse precoce, depressão e ocitocina
A depressão é chamada de o mal do século. Muitas pessoas não sabem o impacto que o tratamento que dão às crianças pode refletir em suas vidas adultas. Durante a infância e adolescência, vários sistemas e circuitos cerebrais, como a tomada de decisões, estão sendo formados; portanto, este é um período muito importante para o desenvolvimento de um indivíduo saudável.
 Atualmente sabe-se que um lar convidativo e propício, com pais amorosos e apoiadores, presentes e dispostos a ceder de seu tempo, energia e recursos para cuidar dos filhos, faz uma grande diferença na formação do adulto de amanhã. O contrário também é verdadeiro; um lar caótico, onde as crianças frequentemente sofrem abuso físico, verbal ou sexual, a falta dos pais- ou mesmo quando estão presentes, mas não dão atenção- e a falta de diálogo- fundamental para estreitar laços afetivos- colaboram para a formação de um adulto inseguro e ansioso. A atitude de negligência dos pais resulta em consequências na personalidade futura dos filhos, tornando-os mais propícios a ter depressão.
 É de extrema importância dar atenção às pesquisas e possíveis tratamentos dessa doença, porque nenhum de nós está imune a ela. Todos nós passamos por situações estressantes ou angustiantes durante algum momento da vida- isto é fato. O problema é quando ficamos sobrecarregados, desesperançosos e sem perspectiva de melhora; ou seja, quando nos concentramos demais nos problemas ou relembramos os traumas.
 O estresse já foi desmistificado como vilão. Ele é algo natural, e o cortisol (hormônio do estresse) é liberado porque o organismo quer se proteger em uma situação de risco. Não há nada de errado, em situações assim, o coração acelerar e as mãos suarem- é apenas seu corpo mandando mensagens de que você precisa estar alerta; está apenas enviando mais sangue às pernas, para facilitar uma possível fuga. É uma reação normal e saudável do nosso organismo; indica que você está se preparando e aprendendo a lidar melhor com seus desafios diários. Porém o estresse passa a ser perigoso quando se torna uma tensão constante, podendo gerar distúrbios, doenças cardíacas, enfraquecer o sistema imunológico e o tornar exposto a infecções e outras doenças.
 Foi descoberto que a ocitocina (hormônio do amor) é mais liberada quando ajudamos nosso próximo, e ter essa atitude ajuda nosso próprio organismo a criar resiliência, a capacidade de se recuperar e se adaptar. Ou seja, ajudar outros colabora- e muito- para a melhora de sua própria saúde e bem estar. Interessante, não?

 Lutemos contra o preconceito sobre essa doença, que é até mesmo chamada de “o resfriado dos transtornos mentais”. Assim como não há vergonha nenhuma em ter uma doença física, não precisamos sentir vergonha quando temos uma doença emocional. Se nos cuidamos e fazemos tratamentos para tantas outras- como a diabetes, por exemplo-, o tratamento da depressão é tão necessário e importante quanto!
Palloma Beatriz Fialho Damas
Pré Iniciação Científica
Laboratório de Neurofisiologia e Neuroetologia Experimental (LNNE) 
Departamento de Fisiologia- Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo 

Para maiores informações sobre estresse e ocitocina, assistam ao seguinte vídeo:

 Agora, porque não misturar depressão com arte? Alguns artistas encontraram alívio ao expressar seus sentimentos em fotografias impressionantes e surreais. Confiram:







Katie Crawford:







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