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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sociedade dos Poetas Mortos - Lições marcantes de como aproveitar a vida


 Texto por Rebeka Tassinari (minha prima):

 Tanto pelo filme quanto pela peça, é possível levantar algumas reflexões sobre a vida.
Passa-se em um colégio interno masculino que defendia valores tradicionais e que visariam apenas o sucesso profissional de seus alunos. Chama atenção também com seu caráter discriminatório. Permitia apenas a admissão de alunos do sexo masculino. Tanto que os alunos deste colégio questionam em um momento da trama sobre esta restrição quando um deles se apaixona. Ou seja, provavelmente prevalecia o pensamento de que as mulheres não tinham o mesmo potencial para aprender, pensar, raciocinar, solucionar problemas, que os indivíduos do sexo oposto. Esta realidade em diferente formas, infelizmente ainda persiste em nossos dias. Esse é um modo de pensar feminista. Feminismo não defende a superioridade feminina e a impotência masculina, mas a igualdade de direitos e deveres entre ambos os sexos.
Levou um longo tempo pra se aprender que não é a imposição exagerada de regras que faz o ser humano melhor. Nossa rotina não deve ser tão massante que nos leve a constante dores de cabeça e crises de TPM, hehehe. A descontração, o divertimento, a espontaneidade devem estar presentes em alguns momentos da vida para conseguirmos enxergar a beleza, até mesmo as coisas mais simples, que pareçam mais insignificantes pra nós.
 Além disso, existia na época em questão a grande interferência dos pais no futuro dos filhos e a privação de sua liberdade de escolha, restringindo-os apenas a serem médicos, advogados ou engenheiros, mais nada além disso. Um dos personagens do filme, Neil, sonha em em ser ator, mas seu pai nunca demonstra apoio por esta escolha. Segundo o pai e os ideais do colégio, artes e literatura não levariam a lugar nenhum.
 Esta realidade muda quando o professor de literatura é substituído por outro que iria transformar o pensamento dos alunos a respeito da finalidade de viver a vida com maior liberdade e autonomia.
Se compararmos esta escola com a atual, veremos que ainda existe, mesmo em menor intensidade, uma restrição da liberdade de muitos jovens hoje em dia; o que influencia na escolha de sua futura carreira, com receio de se tornarem marginalizados da sociedade, sem o devido prestígio e remuneração suficiente para, além de suprir suas necessidades básicas, realizar todos os seus sonhos de consumo.
 Pais podem influenciar seus filhos a escolherem trilhar o caminho correto, o mais difícil de trilhar, ''a porta estreita''. O que importa é correr atrás de seus sonhos e existem muitas maneiras diferentes de estar no caminho certo fazendo o que mais gosta. Então isso não deve ser imposto à força, contra a vontade de quem é o protagonista desse filme, dessa peça, que é a vida.
 Além de levar em conta a estabilidade no emprego e a segurança financeira, devemos levar em conta além da razão, a emoção envolvida tanto ao estudar no curso superior ou qualquer outro curso profissionalizante, quanto ao colocar tudo isso em prática em favor de outras pessoas e de si mesmo. Por mais árduo que seja, as cruzes a serem carregadas serão menores.
Cada trabalhador tem uma função na sociedade, do mais baixo até o mais alto padrão, do lixeiro ao dono de uma grande transnacional. Artistas também se incluem entre aqueles que, com o suor do seus rostos, além de obterem sua remuneração financeira, ainda recebem em troca o prestígio do público. Merecem, portanto, uma atenção especial, principalmente aqueles que mais contribuem para a difusão de suas respectivas culturas, e assim como um médico ou farmacêutico prescreve aos pacientes medicamentos para aliviar a dor os quais podem causar alguns efeitos colaterais ao ser ingerido, verdadeiros artistas, quando realmente apreciados com aquilo que fazem com amor, ocultam dos enfermos a consciência de que estão doentes- o que funciona como um verdadeiro aliado em qualquer tratamento. E não há restrições pra isso! Esta espécie de ''medicamento espiritual'' não se ingere, nem se injeta, mas pode ser usado em qualquer quantidade, a qualquer momento, não traz risco algum! E como dizia Nietzsche, ''Sem música, a vida seria um erro''. Não vale apenas pra música, mas para a arte de forma geral. Ela pode ser a voz que sai da garganta de uma ou mais pessoas sobre algo que está ocorrendo na sociedade, por que ela pode ou não ser mudada.
 A frase chave  "Carpe diem quam minimum credula postero" ou simplesmente ''Carpe diem'' do poeta romano Horácio (65 a.C - 8 a. C) que significa "Aproveita o dia, confia o minimo no futuro'' , muito difundida pelo carismático professor John, deve ser um mantra para ser recitado por quem se preocupa demasiadamente com o futuro, com o que pode acontecer depois, com o que pensarão a respeito de algo que fizer... Tendo um foco maior no presente, os frutos que serão colhidos crescerão e amadurecerão gradativamente de acordo com as sementes que cultivou no passado. Esses frutos que nascerão ficarão bons para serem consumidos ou apodrecerão chegando ao ponto de cair no chão. Se na pior das hipóteses ocorrer a última ação, você será exclusivamente responsável por isso, e não adianta chorar o leite derramado. A fruta apodrecida não vai sofrer alguma magia e voltar a ser boa. Então você não pode ser escravo nem do que houve no passado. O próprio nome já diz: Passado. Já passou, ainda não inventaram máquinas do tempo para consertar o que errou, e o que chega a entristecer muito as pessoas é o fato de ser impossível voltar àqueles momentos incríveis que já passamos: um passeio, um encontro, uma festa, uma viagem, alguma experiência incrível e inusitada daquelas de fazer querer experimentar de novo...
 Mas contrariando parte da essência desta expressão, nossa liberdade deve ser usada com cautela, sempre a nosso favor, de forma que não agrida a nossa saúde física e mental, nem contribua na destruição de relações cotidianas, principalmente em família.
[Nota de Palloma Beatriz: Hoje em dia muitas pessoas se jogam nas drogas e esportes radicais em busca de adrenalina, mas ignoram e esquecem que isso vai ferir (como se respingasse a sujeira) nas pessoas que estão mais próximas: A família e amigos."]
Existe ainda outra lição crucial, que apenas vendo o filme/peça pra ver. Mostra como é importante ver o lado bom da vida. Mas se entendeu as lições já aprendidas anteriormente, já aprenderá esta última.

 Todas estas lições, pra quem detesta usar a pouca paciência que tem pra ler uns textão desse tamanho, se resumem a apenas uma: CARPE DIEM. Aproveita o dia o quanto puder, da melhor maneira!
Fonte

sábado, 17 de dezembro de 2016

Vício Vazio


“Do que adianta criar um avatar se você está aqui, mas não queria estar?”- D. Damas.

Vivemos numa sociedade liquida. As relações interpessoais são fluidas, tudo escorre pelos nossos dedos, as amizades evaporam. Antigamente os relacionamentos eram mais sólidos e concretos, pois as pessoas eram valorizadas pelo seu trabalho e não pelo que aparentavam ser. Somos identificamos pelo que produzimos ou pelo que consumimos? Hoje em dia as marcas vogam mais do que o indivíduo em si. As pessoas que nos observam, julgam-nos pelo que possuímos e ignoram nossa essência, singularidades e personalidade. Paremos de nos permitir ser rotulados assim.
Que sociedade doentia é essa que não tem empatia pelo próximo, mas que passa horas jogando conversa fora virtualmente?
Espetacularizamos nosso cotidiano. Tentamos fazer com que nossa vida se torne o mais interessante possível a vista de completos estranhos para que eles sigam a história que apresentamos. Mendigamos likes e elogios para tentar suprir um buraco sem fundo chamado narcisismo.
Ao invés de vivermos plenamente, nós aceitamos nos tornar fantoches nas mãos dos outros. Fazemos as tarefas diárias sempre com pressa para podermos entrar no Facebook o quanto antes.
Por meio das redes sociais é muito fazermos amigos. Mas é duas vezes mais fácil perde-los. Como não há contato físico, olho no olho, não conseguimos estreitar laços com aqueles que conhecemos apenas virtualmente. A pessoa se torna um mero número, inanimado, quase um objeto. Por esse motivo é tão fácil nos desfazermos dessa "amizade", apenas deixando de seguir a pessoa ou deletando seu contato do nosso perfil.
Isso nos faz sentir cada vez mais vazios. Nos torna constantemente fissurados por modelos de vida “perfeitos” divulgados pela mídia; estamos rodeados de irrealidades. E essa ânsia por fama só vai ter fim quando percebermos que o que realmente importa está aqui. Sempre esteve aqui. Só temos uma vida e é nossa obrigação aproveitá-la ao máximo! Usufruir da companhia de pessoas queridas, conhecer lugares de tirar o folego...
Nunca fazemos o que queremos. Vivemos constantemente com pressa. Somos conduzidos a uma rotina maçante, onde temos que trabalhar 8 horas por dia e desperdiçamos o resto assistindo mentiras na TV. Se você tem vontade de ir a um parque, vá. Não fique confinado a monotonia que consome seus neurônios e o seu bem mais valioso: o Tempo.
Acorde antes que seja tarde demais!

P.B.F.D.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

As estrelas clamam-me para fugir


Fui contar as estrelas e me pus a chorar
Chorei porque eu não deveria conseguir contar
As luzes da cidade, beleza insistem em ofuscar
Atrapalham a visão que eu tanto queria apreciar


Estou cansada de ser sufocada por estes muros de concreto
Este céu de ferro, esta selva de pedra
Abrigam pessoas que desconhecem o que é discreto


Não consigo respirar
Me tire daqui
Sinto que vou pirar
Poucas coisas me fazem sorrir


Contemplar a magnificência da natureza
Enfiar os pés no barro
Alegrar-me com cada sutileza
Detalhes ignorados
É disso que eu preciso com toda a certeza


Pegue a minha mão, vamos fugir daqui
Aonde não tenha sinal de wifi
Algum lugar onde ninguém possa nos ouvir


Vamos ficar offline do mundo
Dar valor ao que realmente importa
Se expressar sem ter medo
Se isolar do que já não suporta


"Ninguém nunca saberá", você disse
"Quer tomar uma xícara de chá?"
Quero apenas um cúmplice
Para nessa aventura me adentrar já


Foram 33 estrelas que consegui contar
Mas desejo ver o céu salpicado com inúmeras,
Luzeiros em todo lugar
Mostre-se para mim, Universo,
Para eu sem fôlego ficar


Poema de Palloma Beatriz Fialho Damas