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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

As estrelas clamam-me para fugir


Fui contar as estrelas e me pus a chorar
Chorei porque eu não deveria conseguir contar
As luzes da cidade, beleza insistem em ofuscar
Atrapalham a visão que eu tanto queria apreciar


Estou cansada de ser sufocada por estes muros de concreto
Este céu de ferro, esta selva de pedra
Abrigam pessoas que desconhecem o que é discreto


Não consigo respirar
Me tire daqui
Sinto que vou pirar
Poucas coisas me fazem sorrir


Contemplar a magnificência da natureza
Enfiar os pés no barro
Alegrar-me com cada sutileza
Detalhes ignorados
É disso que eu preciso com toda a certeza


Pegue a minha mão, vamos fugir daqui
Aonde não tenha sinal de wifi
Algum lugar onde ninguém possa nos ouvir


Vamos ficar offline do mundo
Dar valor ao que realmente importa
Se expressar sem ter medo
Se isolar do que já não suporta


"Ninguém nunca saberá", você disse
"Quer tomar uma xícara de chá?"
Quero apenas um cúmplice
Para nessa aventura me adentrar já


Foram 33 estrelas que consegui contar
Mas desejo ver o céu salpicado com inúmeras,
Luzeiros em todo lugar
Mostre-se para mim, Universo,
Para eu sem fôlego ficar


Poema de Palloma Beatriz Fialho Damas

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