- Tudo bem.- Consentiu educadamente o garoto.- Além de cego, me fará surdo.
Ela deu a volta e abriu a porta do carro. Puxou-o até a entrada, comprou dois ingressos. Subiram um, dois, três degraus. Sentaram-se com cuidado. O garoto sentiu uma barra de metal gelada prender suas pernas. A garota segurou sua mão para que não tivesse medo. Subitamente o chão se moveu para trás; ele apertou com força a mão da garota. O mundo parecia se mexer para frente e para trás, em um movimento contínuo. A garota decidiu tirar os protetores de ouvido dele e disse:
- Ainda não retire a venda. Sabe onde está?
- Só você conseguiria me fazer ir ao Barco Viking. Sabe que é o brinquedo que mais tenho medo. Com os olhos vendados a sensação é ainda pior. Estou todo arrepiado e meu estômago está embrulhado. Acho que vou vomitar!- A garota também estava sentindo calafrios e borboletas no estômago, mas o motivo era outro. Ela tomou coragem, se aproximou e o beijou suavemente. Depois o garoto soube que poderia tirar a venda para olhar nos olhos dela.
- Quer namorar comigo?- Gaguejou a garota.
- Sim, quero muito.- Beijou-a alegremente.
Ao descerem do brinquedo, a puxou e disse:
- Sabe qual brinquedo é mais romântico do que o Barco Viking? A roda-gigante!
Enquanto girava, o garoto procurava algo no bolso. Um papel de bala. Torceu-o e deu um nó. Pegou a mão da menina e disse que aquela seria a aliança do compromisso doce que teriam. Ela repetiu o ato.
Depois da terceira volta, a roda parou e a cabine deles estava no topo. Contemplaram a lua enquanto sentiam o coração um do outro.
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Não falta chão, falta céu
Aquela garota
Não se pode confiar no coração
Pessoas vazias
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