Aceito encomendas de pinturas e desenhos. Entre em contato pelo e-mail: semacucar-porfavor@hotmail.com

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Redação da escola

Às 7:00h em ponto, entre duas avenidas movimentadas, ficava localizada o grande edifício Metropolitan, no qual atuava a empresa FirstChoice. Funcionários mal acostumados que não se davam o trabalho de acordar cedo, estavam todos ali, em pé, congelados com a tensão, em vez de com o ar condicionado.
- Onde está o Alex?- Indagou a moça baixinha que sempre usava salto alto.
- Não o vi em lugar algum.- Respondeu uma senhora de nariz pontudo que nunca soltava o coque.
 Correndo e atropelando algumas pessoas no caminho, um jovem de lindos olhos azuis passou pela velha banca de jornal.
- Aonde vai tão apressado, Alex?- Perguntou o dono da banca; era muito pançudo e tinha um bigode tão grande que parecia um rato.
- Hoje não posso me atrasar.
- Xiii! Os chefões estão aí?
- Não, não... É uma causa mais nobre.
 Quando as portas do elevador se abriram no décimo segundo andar, o recém empregado, Alex, estava ofegante mas, como sempre, com um sorriso no rosto.
- Que clima horrível! Vocês estão mais pra baixo do que a companhia de palhaços que fica no andar de baixo.- Brincou.
- Não tem graça, Alex. Todos nós vamos ser demitidos! Agora a pouco a Cida viu um descarregamento de caixas grandes nos portões do fundo. Já, já subirão com nossos inimigos.
- Talvez haja dentro daquelas caixas mais perucas coloridas e purpurina. Quem garante que serão para nosso andar?
- Ah, parceiro, não adianta tentar descontrair nossos colegas com essa história de que é mercadoria para os palhaços. Todos nós sabemos que é o nosso fim.- Pascoal colocou uma mão no ombro de Alex, lamentando-se.
 Desde que receberam a notícia de que haveria alguns ajustes na empresa, o caos e o desespero tomou conta daquelas dezenas de auxiliares de produção. Alguns foram buscar emprego em outros lugares logo que receberam a notícia; outros se tornaram puxa sacos de carteirinha do chefe, bajulando como se não houvesse amanhã; ainda outros aguardavam seu fim com nada além de uma mísera esperança; o restante estava fazendo de tudo para chamar atenção do chefe para manter seu emprego. Porém, todos eles tinham algo em comum: Não sabiam pelo quê seriam substituídos. Alguns chutavam que seriam trocados por máquinas de última geração, computadores com tecnologia jamais vista antes; outros diziam que a empresa já falira há algum tempo e só tiveram coragem de revelar agora; o único que pensava diferente era o pobre Alex, tão novinho e sem experiência- o que o colocava de pé todas as manhãs era o simples prazer de trabalhar com o que gostava.
- Vocês verão que ficará tudo bem. Notícias boas vêm por aí!- Repetia Alex, na vã tentativa de acalmar seus colegas.

 Novamente se abriram as portas do elevador, todos prenderam a respiração acreditando serem as caixas misteriosas que viram mais cedo. Lá estava o senhor Laércio, dono da empresa, sempre sério e bem vestido. Ele adentra a sala e, após dois longos suspiros, relata que criaram uma sociedade com a companhia de palhaços, dando assim estágio a todos para se tornarem os mesmos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião e fique a vontade para dar sugestões sobre o que postar. Volte sempre!