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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Pior dia da minha vida


 Olá, pessoasquecomcertezanãopassaramoqueeupassei!
 Há muito tempo pretendia escrever sobre o pior dia da minha vida aqui, mas eu... Tô com preguiça de arrumar uma desculpa.
 O pior dia da minha vida não foi quando minha avó ou meu avô morreram (em datas diferentes, e eles nem eram da mesma família)- não que eu não me importe com meus avôs... PERAÍ! PAUSA PRA CONTAGEM! TODOS MORRERAAAAAAM! Pensei que tinham sido só dois, mas foram todos!
 Engraçado eu ter mencionado isso, porque meu pior dia começa com um enterro. De uma avó. Coincidentemente os assuntos estavam ligados.
 Eu... não me lembro que ano foi; acho que em 2011. Tinha acabado de voltar da escola e estava tirando a roupa suja, meu tio e minha mãe estavam conversando na cozinha, eu acho, sim, estavam. Desculpa, gente! Mas vocês têm que levar em consideração que eu tenho traços de alzheimer. É até engraçado, desculpem, mas eu tinha acabado de ouví-los comentar sobre como minha avó havia melhorad... Ok, não é engraçado! Eu não devia ter dito isso. PERDÃO! Eles tinham acabado de comentar como minha avó tinha melhorado quando o telefone tocou e minha mãe recebeu a notícia de que minha avó havia falecido. Daí ela começou a chorar, o que é um porre. Logo depois me informaram que teríamos de ir ao enterro que seria em outra cidade, Casa Branca/ SP, terra natal dos meus avós e pais. Fiquei morrendo de raiva porque eu estava cansada e não queria viajar. Neguei. Neguei. Neguei. Mas não adiantou; dois tios meus me convenceram a ir. São duas horas e meia de viagem. Eu informei a minha mãe de que eu não estaria presente no enterro porque estava com cólica- de fato- e ela argumentou que poderia não ser muito higiênico uma menina ir a um cemitério "naqueles dias". Então eu simplesmente fiquei na internet na casa de outros tios que moram lá.
 Agora eu sei porque não escrevi sobre isso antes.
No dia seguinte, enquanto estávamos voltando para casa de carro, uma blitz- não sei bem se era uma blitz, sei lá- na estrada parou nosso carro e o policial viu que os documentos do carro não estavam em dia - meu pai fez o favor de não pagar. Maravilhoso- e o carro foi apreendido. AAAAAAAAAAAAAAH! MINHA MÃE DEU O DINHEIRO PRA ELE! O QUE ELE FEZ COM O DINHEIRO?! Meus pais estavam se separando pela milésima vez. Nós apenas atravessamos a estrada e fomos para uma mini delegacia que tinha na margem e, mesmo minha mãe explicando a situação e mostrando o atestado de óbito da minha avó, eles não nos quiseram ajudar. Tínhamos que arrumar carona. Minha mãe estava tão deprimida, desesperada e doente- se é que você me entende- que não conseguia fazer nenhuma ligação. Eu, como sempre, tomei a frente de tudo; os policiais me emprestaram o telefone e eu liguei para uma tia que também havia ido ao enterro e morava perto de nossa casa. Eu expliquei a situação e pedi educadamente ajuda; ela disse que estava na estrada e não tinha espaço no carro e, do nada, começou a gritar comigo e a xingar minha mãe; eu não aguentei e desliguei na cara dela. Não podemos contar com a família. Não sei vocês, mas eu nunca pude contar meus familiares. Então, no desespero, minha mãe e eu pegamos carona com um caminhoneiro gorducho- O QUE É, NÃO SEI SE VOCÊS REPARARAM, SUPER PERIGOSO! Ele poderia nos estuprar, sequestrar, matar, esfaquear. Costumam dizer que caminhoneiros são nojentos-; meu irmão e um tio que nos acompanhava no carro ficaram na estrada esperando outra carona.
 O caminhoneiro gorducho não era do mal. Graças a Deus. Ele era até legal; nos falou sobre as filhas que tinha. Infelizmente ele não pode nos levar até nossa casa porque o caminhão dele não ia exatamente entrar na cidade. Ele disse que era um caminhão muito grande com uma carga muito pesada e esse tipo de veículo não passa dentro da cidade. Então, ele nos deixou na entrada da cidade e disse que sentia muito por não poder nos ajudar mais. Nós estávamos em um bairro muito perigoso- sério- em que nós nunca estivemos antes. Estava de dia mas mesmo assim dava medo. Eu me lembrei que tinha uma prima que morava por ali - sim, eu tenho uma grande família-, deu o maior trabalho pra encontrar o número dela e pra achar área pra fazer a ligação, mas eu consegui. Sucesso. Mas, como eu já havia dito, ninguém quer ajudar ninguém. Apesar de terem dois carros, eles não puderam ir nos buscar, mesmo que uma tempestade se aproximava. Então eu, P DA VIDA, MUITO P DA VIDA, andei com minha mãe para um local onde parecia ser mais seguro, porque antes só víamos mato e drogados. Encontramos umas casas bonitas e ficamos lá, rezando. Nós ligamos para o Moto Táxi nos levar para casa, mas o cara disse que ia demorar porque a gente tava na PQP... Você sabe. E ele realmente demorou.
 Estávamos derretendo, minha mãe e eu, debaixo de sol em um bairro barra pesada desconhecido, quando vimos duas mulheres com uma criança na calçada. Minha mãe se aproximou e pediu que a moça nos ajudasse porque estávamos com medo, e a moça gentilmente nos deixou entrar mas, nesse momento, aparaceu um moto táxi. Exatamente, UM moto táxi. Minha mãe havia pedido dois, mas tudo naquele dia estava dando errado mesmo. O homem disse que o colega dele havia se perdido no caminho. Eu disse que estávamos no fim do mundo. Fiquei esperando na casa da mulher desconhecida até o moto táxi que levou minha mãe, voltar. A sala estava repleta de brinquedos e na TV passava um programa infantil muito legal. As mulheres eram mãe e filha e me disseram que eu poderia ficar quanto tempo precisasse porque aquele bairro era mesmo perigoso e eu não poderia ficar na rua. Ás vezes, estranhos são mais legais com você do que sua própria... você sabe. Enquanto esperava fiquei pensando em como meu dia havia sido péssimo e em como estava exausta. Quando o moto taxista voltou, as moças me perguntaram se eu o conhecia bem e se era seguro seguir com ele, eu disse que sim, mesmo não sendo.
 E não acaba por aí. Durante todo o dia eu fiquei super preocupada com meu irmão e tio, que estavam sem segurança nenhuma na estrada. Mas eles chegaram em casa antes de nós.
 No fim, eu apenas disse pra minha mãe: Você devia ter me escutado! Eu avisei que não deveríamos ter ido.

BÔNUS EXTRA DA DESGRAÇA:
 Alguns dias depois, minha mãe e eu fomos na casa daquela minha tia que não quis pôde nos dar carona e ela disse que era um absurdo eu não ter estado presente no enterro da minha própria avó e começou a gritar comigo e a xingar minha mãe dizendo que ela estava fazendo um péssimo trabalho. Eu, novamente não aguentei, virei as costas e saí de lá chorando- porque é horrível chorar na frente dos outros, principalmente quando esse "outro" está te xingando- e minha tia disse: "Alá! Desligou na minha cara, agora me deixa falando sozinha!"

2 comentários:

  1. Que sequência de catástrofes e perigos aconteceram nesse dia, duas mulheres pegarem uma carona com um desconhecido, depois sua mãe te deixou sozinha em uma casa de desconhecidos, vc falou que eles eram legais, mas até aí até os psicopatas fingem bem. Depois subir em uma moto de um desconhecido, ok era um moto táxi, mas era um desconhecido, nossa. E eu achando que meus dias eram ruins.

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    1. Pois é, Rodrigo. kkk
      Foi um dia terrível. Muito frustante e angustiante.
      Mas eu ainda tô aqui, não tô?
      Verdade; temos de tomar cuidado com psicopatas. Bom saber recentemente que você não é um. (:

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