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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Teoremas


 Tô apertada pra caramba pra ir ao banheiro, mas como tô com dor de cabeça de tanto ficar olhando a tela desse computador, quero terminar logo com isso. Vou escrever rápido.
 Cêis sabem que tô lendo O Teorema de Katherine, né? Acho até que é por isso que falei "cêis" e não "vocês"- o caipirismo do livro contagia. Bem, levei-o pra escola e, enquanto lia no intervalo, um garoto que comumente vem falar comigo, veio falar comigo, como de costume. Ele perguntou o que eu estava lendo e levantei o livro, mostrando a capa. Não sou muito de conversar, quer dizer, sou, sim. E muito. Não consigo parar de tagarelar. Mas não naquele dia. Coincidentemente, todas as vezes que ele vem falar comigo estou naqueles dias. Não quis dizer menstruação, quis dizer MAU HUMOR. Não quero conversar, fug*. Mas aquele cara nunca entende que eu não tô pra papo e que quero ficar sozinha (POR ISSO LEVEI O LIVRO, DÃ), mas, como garota educada que sou, levantei os óculos quando ele insistiu em conversar.
 Acabei contando, ou melhor, tentando contar o resumo do livro- porque sou péssima em resumos, e péssima em contar histórias; bem, na verdade, sou péssima em conversas, porque eu nunca consigo manter um assunto. Não sou prática, direta nem objetiva; eu sempre pulo de um assunto pra outro e fico confusa (Costumo brincar que tenho alzheimer, porque minha memória é realmente muito ruim)- e, como era de se esperar, perdi o foco da história umas 5 vezes. Contei à ele que o livro fala de um cara chamado Colin Singleton que foi uma criança prodígio e tinha uma certa queda por garotas chamadas Katherine, já que namorou 19 com o mesmo nome e levou fora das 19. Por isso, ele sai com seu melhor amigo em uma viagem de carro sem destino e tenta criar um teorema matemático pra prever quando sua próxima namorada Katherine irá terminar com ele. Contei a ele de uma das minhas cenas favoritas: Quando Colin e seu amigo, Hassan, param em uma cidadezinha rural porque querem ver o ponto turístico de lá e quando caminham até seu objetivo com uma jovem guia turística, ele cai e bate a cabeça em uma pedra e aí tem a ideia de criar o Teorema; enquanto a guia o ajuda e limpa o sangue de sua testa, ele conta sobre seus problema com garotas chamadas Katherine e a menina ri; Colin pergunta o motivo e ela diz que só teve um namorado na vida; ele pergunta porque isso é engraçado e ela responde: É engraçado... porque o nome dele é Colin.
 Daí o menino que estava sentado comigo durante o intervalo disse que tem um primo chamado Guilherme e que todas as meninas que namorou terminaram com ele por causa de um outro menino chamado Guilherme. Achei fascinante! O livro é quase real. Meu primeiro namorado se chamava Guilherme, mas essa é uma informação inútil que preferi guardar pra mim pouco antes de bater o sinal, informando-nos o fim do recreio.
* Esse é outro termo usado no livro O Teorema de Katherine. Não leiam, senão ficarão retardados como eu.

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