Assisti ao filme "Sing Street- Música e Sonho" acreditando ser mais um filme bobo, cheio de clichês, e fui surpreendida por uma obra de arte cheia de vida, emoções e boa música.
Eu estava esperando que seria no estilo de filme americano adolescente, mas não. Apresentou essa fase de forma real, leve e cômica. Uma delícia de assistir! Não precisou ser apelativo para ser engraçado. Os cenários de Dublin, na Irlanda, a escola, os ensaios e devaneios foram muito em planejados.
Conor teve a ideia de formar uma banda para impressionar uma garota, mas logo depois ficou claro que o seu amor pela música, a conexão com os amigos, a enorme inspiração e criatividade para escrever letras acabou sendo o real motivo de manter o grupo unido- e não mais o intuito de chamar a atenção de Raphina.
O romance dos dois foi puro, inocente e doce. Quem de nós nunca teve uma paixão assim nessa fase tão nostálgica?
Os pontos altos com certeza foram os que os jovens mostraram seu talento compondo, tocando diversos instrumentos e cantando muito bem! A cada música criada, mais fascinada eu ficava.
Me deu a maior vontade de ter uma banda também. É assim que eu me sinto depois que assisto "Somos Tão Jovens", onde mostra a trajetória de Renato Russo na Legião Urbana. Os filmes fazem parecer que criar uma banda é muito fácil. Quem me dera. Fazer rock and roll deve ser o melhor trabalho do mundo!
Os personagens são tão reais, cada um trazendo consigo um universo de sentimentos, questões não resolvidas, dores. O filho mais velho (Brendan) foi ignorado pelos pais a vida inteira e buscou uma fuga nas drogas; (a negligencia e falta de atenção/amor/carinho traz sérias consequências para o vida adulta do filho, para saber mais clique aqui). O valentão da escola agia daquela maneira porque era maltratado em casa pelos pais viciados. A Raphina parecia ser independente e bem resolvida, mas não passava de uma órfã carente e insegura. Isso me mostrou que cada pessoa tem uma história por trás de sua conduta. Cicatrizes que transformaram cada um no que é.
Enfim, "Sing Street" me presenteou com uma bandinha punk rock que foi uma das melhores surpresas de 2017. Vale muito a pena assistir!